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sábado, 17 de outubro de 2015

"Temos em comum a cara de pau", diz Taís Araújo sobre a Michele Brau que vive na TV Sucesso na série cômica ao lado de Lázaro Ramos, atriz se prepara para subir aos palcos também ao lado do marido

Tipo casal 20: Lázaro e Taís estão no ar em 'Mr. Brau", na Globo (Foto: Jorge Bispo)

Taís Araújo e Lázaro Ramos são o casal 20 da TV brasileira. Atualmente fazendo sucesso em 'Mr. Brau', eles estão curtindo a ''brincadeira'' de trabalhar juntos. E na vida profissional, que se mistura com a pessoal, tem espaço até para ineditismo depois de 11 anos de casamento: Taís será dirigida pelo maridão no teatro, na peça 'O Topo da Montanha', que estreia nesta sexta-feira (9), em São Paulo. "Estava louca para ser dirigida pelo Lázaro há um tempo e esta foi a oportunidade de trabalharmos juntos num tema que acreditamos. Ele é muito gentil, trabalha tentando potencializar o ator. Tem sido muito legal", diz Taís. Na peça, ela será a camareira Camae, que vai conviver com Martin Luther King (Lázaro) logo depois do famoso discurso do dia 3 de abril de 1968, um dia antes de seu assassinato. "Vou me despir de Michele e vestir uniforme e fazer um coque mas, apesar do tema, que envolve questões humanitárias, direitos civis, racismo, ela é bem leve. Queríamos isso, que a pessoa refletisse, mas que não fosse um peso", explica a atriz, que grava a série cômica até dezembro e até vai conciliar TV e teatro. "Gravo todos os dias porque as cenas são todas externas, sem estúdio e supertrabalhosas. Vou trabalhar no Rio até sexta e em São Paulo nos fins de semana. Domingo eu volto para agarrar meus filhotes."
Como tem visto o sucesso de Mr. Brau?

Não esperava que as pessoas fossem gostar tanto da série. Adoramos fazer, mas ficamos surpresos. Não tivemos uma pretensão de fazer uma coisa enorme, mas uma série que as pessoas chegassem em casa e se divertissem. Puro entretenimento. Acho que a TV supre essa carência e Mr. Brau é uma série de família para família. Queria muito que meu filho (João) visse, mas ele dorme antes. A gente sabia que estava fazendo um negócio legal e, apesar de falar do showbusiness, nosso único desejo é divertir as pessoas.

No que você e sua personagem na série se parecem?
Na cara de pau (risos). Eu não danço, não tenho formação alguma e minha cara de pau é tão grande que eu juro que danço. Mas ralei muito, ensaiei que nem uma maluca. Luis (Miranda) estava me zoando no set outro dia porque eu estava com uma roupa de ficar em casa e com um brinco que ia até o ombro. Ela é exuberante e usa umas coisas que eu jurava que não cairia bem, mas o talento da figurinista é incrível.
Taís e Lázaro também vão trabalhar juntos em peça: "Estava louca para ser dirigida pelo Lázaro já tem um tempo" (Foto: Jorge Bispo)
Os figurinos são bem ousados. O que faz para aparecer bem na telinha?
Malhação e dieta, claro. Ela vive pelada e tenho que me sentir segura numa cena. Essa foi minha maior preocupação. Mas agora não estou mais tão radical quando comecei a gravar. Já tomo minha cerveja e caipirinha. Dia desses até o Luis Miranda me ligou perguntando se podia levar saquê para a gente tomar enquanto assistia. Disse 'por favor meu filho, vamos tomar um negocinho'. A gente se reuniu para ver o primeiro episódio e isso vai virar uma tradição.

Você é uma atriz muito acessível. O que acha dessa 'cultura da celebridade'?

Eu trabalho desde criança e minha vida não é de glamour, não tem nada demais, é só labuta mesmo.  Acho uma besteira essa coisa de celebridade. Trabalho tanto quanto qualquer profissional do país. Faço questão de acabar com essa 'glamourização' porque acho bobo. Até coloco a hashtag 'tentando equilibrar os pratinhos' no Instagram porque sou mãe, mulher, tenho meu trabalho, igual a qualquer outra.
E as comparações com Beyoncé e Jay-Z?

O que a acontece é que eles são a referência mais forte que todo mundo tem. Brau e Michele são uma mistura de tudo. Que casal seria por aqui? Não tem uma referência brasileira.

Qual é o seu pensamento sobre o 'politicamente correto'?

Acho o politicamente correto um exagero. Sabe o que é legal dessa série? A gente poderia zoar com os cantores que ascenderam e fizeram fortuna, mas não. Olhamos com o maior respeito para essas pessoas porque eles lotam um espaço de 25 mil pessoas fácil. O cantor sertanejo, o pagodeiro, o funkeiro... Todos têm seu mérito e todo mundo tem espaço, desmerecer é bobeira. Eles conquistaram tudo isso pelo trabalho honesto. As pessoas podem não consumir, mas isso tem que ser respeitado. Os Brau não enriqueceram rapidamente. Olha a excentricidade do Brau? Quando eles moravam em Madureira já usavam essas roupas e foi por isso que se destacaram. Para mim, o politicamente correto não existe quando um está rindo e o outro chorando. Muito mais fácil fazer piada em cima de minoria e acho isso um humor fraco. O humor requintado é mais difícil.
Conte um pouco sobre a peça de vocês...

Tem uma história contemporânea, além de ser debochada e fazer pensar. Camea, minha personagem, é misteriosa, repleta de segredos e confronta Martin (Lázaro) em clima de suspense e simultaneamente debochado, num jogo de provocações e o faz se lembrar que, como todos, ele é humano. Tínhamos muito receio de que o texto fosse americano demais e não tocasse as pessoas. Mas o tempo e uma boa tradução nos convenceram que as questões do amor e da igualdade são relevantes e próximas a todos nós.

Como é ser dirigida pelo marido?

Na realidade fui eu quem o convenceu. Estava louca para ser dirigida pelo Lázaro já tem um tempo e foi a oportunidade de trabalharmos juntos em um tema que a gente acredita, porque tem muito a ver com a gente, nossos filhos, em todos os sentidos. Estamos criando em casa dois cidadãos negros (os filhos Maria Antônia e João Vicente) e temos que prepará-los para esse país, de maneira consciente sem que isso seja um peso, sem que fiquem amargurados.

Fonte: Epoca



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