Taís Araújo diz ser craque quando o assunto é afazeres domésticos. Assim, dar vida a Maria da Penha, uma das três empregadas de “Cheias de Charme”, que ocupa a faixa das sete a partir desta segunda, não lhe soa propriamente como um grande desafio.
“É muita cena lavando banheiro, esfregando chão, carregando balde pra lá e pra cá... Daqui a pouco Célia vai me mandar fazer a faxina lá em casa”, diverte-se a atriz, referindo-se à empregada que trabalha para família há 16 anos. “Desta vez o laboratório foi em casa. A minha babá virou minha ‘coach’ (treinadora). Ela me via estudando para a personagem e dava palpite no jeito de falar, de se comportar...”, completa, bem-humorada.
Primeiro papel após o nascimento de João Vicente, fruto do relacionamento com o ator Lázaro Ramos, Penha tem feito à atriz mais do que fazê-la suar no estúdio. “Ela representa essas mulheres brasileiras que não perdem a garra, o bom humor e a capacidade de sonhar, apesar do cotidiano difícil. É muito recompensador interpretar esse tipo”, afirma ela, personagem central da trama ao lado de Leandra Leal (Rosário) e de Isabelle Drummond (Cida).
TRAMA/“Cheias de Charme” narra a história de três domésticas que se cruzam por acaso, numa delegacia. Do encontro inusitado nasce uma grande amizade e um projeto de vida: largar a vida de “empreguete” e virar madame. Liderada por Rosário, vão formar um grupo musical e fazer frente à cantora de forró Chayene (Cláudia Abreu), ex-patroa de Penha. “Penha entra nessa história pelo barato. Na verdade, ela só pensa em manter a sua família estruturada”, conta Taís.
Em casa, a pedra do sapato é o marido, o malandro Sandro (Marcos Palmeiras). Depois de sofrer um acidente de trabalho, o pedreiro resolveu deixar de trabalhar.
“Ela está passando por uma fase ruim com o marido porque ele está desempregado, não quer saber de trabalhar. Mas ela não coloca um ponto final no casamento porque ele é um excelente pai e no fundo o ama”, conta Taís, que terá um filho na trama, Patrick (MC Nicollas). No barraco onde moram, na fictícia favela do Borralho, no Rio, ainda vivem seus irmãos, Alana (Sylvia Nazareth) e Elano (Humberto Carrão), criados por Penha.
Fato é que a crise familiar vai aproximar Penha de sua nova patroa Lygia (Mallu Galli). Advogada de Chayenne, ela conhece Penha por causa da acusação de assédio moral que a doméstica vai fazer contra a cantora na delegacia. “As duas acabam virando boas amigas. Elas descobrem que, apesar da diferença social, ambas têm os mesmos problemas”, explica. Na vida real, Taís sabe bem como essa coincidência é comum.
“A gente acaba descobrindo isso com a longa convivência. Quando você se dá o direito de ouvir o outro, descobre que no fim todo mundo é igual.”
Fonte: diariosp
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